Devo confessar que ser humano e viver em volta de outros iguais me assusta um pouco.
Sabendo que posso estar convivendo com pessoas que podem me trair, usar, mentir, enganar, manipular para seus próprios meios, fazer sofrer sem pudor nenhum, fingir, esnobar e até mesmo matar por qualquer banalidade. Isso realmente é muito assustador de pensar, por isso algumas pessoas preferem não pensar ou questionar – o que não é o meu caso.
Dizem que devemos ver o melhor das pessoas, quase sempre, mas e se tudo que você vê não é o melhor, mas o pior? Fácil, você finge que não vê. Assim como finge que não existe pobreza, desigualdade, fome, violência, malandragem, guerras. Porque a ignorância hoje em dia é um padrão aceitável na sociedade.
Mas ninguém tem superpoderes ou o dom de prever o futuro, muito menos de ler mentes – que eu saiba não –, por isso não sabemos o que o outro pode fazer ou se realmente pensa aquilo que revela.
Pode parecer meio masoquismo saber que as pessoas podem ser piores que um animal selvagem e ainda assim continuar tentando vivendo em volta deles, mas gosto de pensar que a mesma proporção de mal tem o equivalente de bem, como na alquimia e a troca equivalente, por isso continuo tentando.
Assim como o mal assombra a muitos, existe pessoas tão boas e cheias de altruísmo que parece não ser verdade. O amor, a amizade e outras tantas coisas boas vem junto. Sim, é possível existir gentes tão boas como Gandhi.
É com essa convicção dentro de mim que continuo vivendo, em volta com tantas pessoas que fazem cada dia único e feliz. Porque nessa soma de um mais um, eu tenho certeza que as pessoas que selecionei para estar na minha vida são o motivo por ainda acreditar em dias melhores e a causa para não desistir jamais, porque, afinal, não podemos aniquilar tudo de ruim, mas podemos escolher de que lado queremos ficar.
Marie Lolita
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