De acordo com o Pai dos Burros (o bom e velho dicionário),
indecisão é o estado ou qualidade de indeciso ou a falta de espírito de
decisão. Bem, para mim, é mais uma atribuição a minha vida, pois a indecisão já
é tão natural, quanto acordar de manhã e escovar os dentes.
Eu sei que o ser humano é indeciso, mas
acontece que às vezes esse é um prejudicial, pois a pessoa acaba se perdendo
pelo caminho e sem perceber de fato. Só o que podemos fazer é tentar resolver
esse problema, pois sempre temos duas escolhas. O problema é quando temos mais
de duas. Mas esse já é o nível hard do problema e ainda não chegamos nele.
Eu já quis ser
professora, veterinária, modelo –
essa está fora de questão agora –,
cantora, chefe de cozinha, astronauta, desenhista, escritora,
jornalista, entre outras infinitas vocações existentes, mas acontece que ainda
estou escolhendo. Teve horas que eu só queria ser uma criança para sempre, e
outras que queria crescer o mais rápido possível e gritar minha independência – claro, isso foi antes de
saber como o mundo realmente funciona. Ou seja, eu já quis ser praticamente
tudo, às vezes ao mesmo tempo, e outras vezes não quis ser mais nada. É, eu
sei. Sou uma pessoa complicada.
Não sabia se
gostava mais de preto ou de rosa, até que decidi gostar dos dois igualmente.
Não conseguia decidir como gastar meu tempo livre; se queria escrever, ler ou
desenhar, aí resolvi deixar meu estado de espírito resolver por si só. Não
conseguia decidir se queria ser japonesa ou inglesa – apesar de não ser nenhuma das duas opções –, mas acabei que por me
apaixonar por essas duas nações de forma igual.
Imagine quando
foi para escolher meu bichinho de estimação. Oh, lastima! Cão ou gato? Nem com
minha-mãe-mandou eu conseguia escolher. Sei que parecer idiotice minha e que
pareço uma daquelas patricinhas que ligam para a polícia porque seu gloss
labial foi roubado, mas acontece que para algumas pessoas as escolhas mais
simples são as mais difíceis.
Sempre fui extremamente
indecisa. O que às vezes era bom, pois me livrou de fazer muitas idiotices, mas
independente disso, acho que esse é um dos meus maiores defeitos.
Em verdade, todos
têm um determinado período onde nãos sabemos o que fazer ou seguir, tipo quando
você está em uma parte decisiva de um super jogo de videogame, mas não sabe
mais para onde ir para continuar avançando. É, sou bem assim. Não que minha
vida seja um jogo de videogame. Talvez de terror, não sei.
Não sei se
vocês já tiveram aqueles períodos que se sentem tão indecisos a ponto de se
sentir perdidos, sem seu caminho de Tijolos Amarelos para achar o Mágico de Oz,
mas posso dizer que o sentimento de vazio não é muito mais agradável que o da
fome.
Por algumas
vezes tentei alimentar meu vazio com os sonhos e expectativas dos outros, mas
acontece que isso não deu nada certo.
Agora ando em
busca de um propósito. Algo em que me agarre como um naufrago se agarraria a um
pedaço de madeira flutuante. Alguma coisa que mude minha vida a tal ponto para
me sentir ter rodado 360° graus, algo que deixe tudo de cabeça para baixo, mas
que ainda faça sentido. Vocês saberiam me dizer o que eu procuro? Se isso
existe? Se estou perto de achar?
Realmente não
sei as respostas, mas acho que só o fato de estar escrevendo esse post e de
estar fazendo essas perguntas, que podem parecer no mínimo idiotas, para mim
significa que já começou. O que começou?, vocês devem estar se perguntando. Eu
comecei. Eu comecei a acreditar que posso achar aqui que tanto procuro, como a
Alice procura o Coelho Branco.
E vocês? Já
se fizeram essas perguntas idiotas? Já começaram a procurar aquilo que tanto
almejam? Se não começaram ainda, sugiro que faça isso agora, pois o tempo não
para e não te dará as resposta se vocês não forem atrás.
Marie Lolita
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